Taça no Jamor: "A festa do povo"

Foi um dia para recordar, não só pela vitória que o meu Sporting conseguiu na final da Taça por 2-0 contra o Porto, mas sobretudo porque foi um daqueles dias que irei recordar por muito, muito tempo.

Sempre quis ir ao Jamor e sentir aquilo a que chamam a "festa da taça" e entender a razão pela qual dizem que este jogo é diferente... único!

Em 1995, já tinha ido ao Estádio Nacional ver a final que o Sporting ganhou, também por 2-0, ao Maritimo, naquele que foi o último jogo do Balakov e do Figo pelo Sporting, mas a verdade é que, nessa altura, com apenas 18 anos e tendo ido só para ver o jogo, não consegui saborear toda a envolvência que rodeia este dia.

Pena por não poder ir ver o jogo

Sendo sócio do Sporting, ainda pensei que podia arranjar bilhete, mas rapidamente percebi que, para tal, teria que "acampar" em Alvalade durante a noite que antecedeu a venda dos bilhetes para os sócios com Gamebox, por isso desisti da ideia, era uma loucura...

Andava eu conformado com a ideia de ver a bola pela TV, já com almoço marcada para Domingo com o António e a Otília, quando, na 6.ª feira de tarde, me caíram dois bilhetes nas mãos... grande sorte!!!

Nem sequer me incomodou o facto dos bilhetes serem para a Superior Sul, onde estava a claque do Porto. E melhor ainda, podia ir com a Cláudia, a minha esposa, e passar com ela este dia especial.

As surpresas sucedem-se

A parte mais chata era ter que dizer aos vizinhos que os íamos abandonar no domingo, mas era por uma boa causa!

Só que, para minha surpresa, o António também tinha acabado de arranjar um bilhete, por isso decidimos ir juntos, mesmo sabendo que ainda faltava um bilhete para a Otília.

Outra grande notícia era que o Rui também tinha arranjado bilhete com o Pestana, que foi um amigo "à maneira", já que não podendo ir ver o jogo, cedeu o bilhete ao Rui que andava "desesperado" por ir ver este jogo.

Quem já tinha bilhete garantido, graças a uma manobra de génio, era o Hugo que, com um cartão emprestado de sócio do Porto, conseguiu ir comprar um bilhete às bilheteiras do Porto. Era mais um que vinha ver a bola com a esposa (Olga), que também não tinha bilhete.

Por fim, juntou-se a esta malta toda o Alexandre, que, com uns amigos, já tinha tudo combinado para ir passar o dia ao Jamor! Estava dado o mote para um dia bem passado...

O convívio na mata do Jamor

Eu que até nem sou um madrugador, desta vez não tive problemas em acordar mais cedo do que o habitual para um domingo, por isso, por volta das 11,30h já estávamos na mata do Jamor rodeados por um grupo de umas 15 a 20 pessoas e muito bem acompanhados por um grelhador que fez as honras da casa.

Feitas as contas, devíamos de ser uns 15 sportinguistas, uns 3 ou 4 portistas e, imagine-se, 1 benfiquista, onde se destacava o Rui pelo seu equipamento azul e branco (desde as cuecas até ao guardanapo que trazia atado ao pulso) e a Olga pela sua irreverência (ai de quem se atrevia a dizer mal do Porto, que ela ia logo aos arames...).

Tenho que dar os parabéns aos amigos do Alexandre: os gajos vinham bem organizados! Aquilo eram só material a sair do jije: chouriças, morçelas, entremeada, bifes, sardinhas, croquetes, rissóis e tudo o mais que se possa imaginar, mas fome é que ninguém ia passar... nem sede, porque as cervejas davam para todos!

Mais tarde ainda apareceu o Hugo e a Olga que traziam uma pinga do Douro, directamente das caves da Régua. Apesar de ter sido bastante apreciado, tinha um grande problema: acabou depressa!

A sorte protege os audazes

Pelo menos é o que diz o ditado popular, e, neste dia, tudo estava destinado a correr sobre rodas...

A Olga que estava cheia de pena de ter que ir embora à hora do jogo, já dizia que nem que fosse para o meio da claque do Sporting.. .ela queria era um bilhete para ir puxar pelo Porto!

De repente aparece um portista a dizer que vendia um bilhete que tinha a mais... negócio fechado por 40€!

Restava apenas um "pequeno problema": havia várias pessoas (eu incluído) que tinham bilhete para zonas da equipa adversária, o que não era lá muito agradável... Assim, a nossa única salvação era apanhar uns portistas com o mesmo problema.

Em dois tempos o assunto ficou resolvido com um grupo de portistas que iam a passar e tinham precisamente esse tal problema... todos ficaram satisfeitos: Lagartos com Lagartos... Tripeiros com Tripeiros.

Está na hora... que venha o jogo!

A hora da grande final

Estava na hora de abandonar a almoçarada e o convívio na mata e ir directamente para a sobremesa: um duelo entre as duas melhores equipas nacionais dois últimos anos que mereceram por completo estar presentes nesta grande final.

Todos desejaram boa sorte (e que ganhe o melhor...) e lá partiram cada um para o seu sector. Eu acabei por ver o jogo com a Cláudia, o António e a Otília, num sector da Lateral Norte, mas que estava encostado à central... perfeito!

Foram 90 minutos de nervosismo e sofrimento de parte a parte, já que os golos não apareciam e os penalties pareciam cada vez mais próximos.

O tempo foi passando e lá partimos para o prolongamento, enquanto o António mandava mais uns insultos ao Abel e ao Paulo Bento.

Finalmente, aos 110 minutos, a tão esperada explosão de alegria, proporcionada por um herói inesperado chamado Tiuí... 1-0!

Foi o momento mais esperado do dia e todos sentiram que dificilmente a taça escaparia aos leões, que ainda tiveram tempo de marcar mais um golo de bicicleta, por intermédio do inevitável Tiuí que assim entrou para a história do futebol português.

Acabou o jogo... a taça é nossa!

Já está... a 15.ª taça é nossa e podemos festejar o resto da noite!

De repente, o Estádio Nacional era apenas verde e branco, uma vez que os adeptos portistas começaram a debandada. Restava apenas aguardar pela altura em que o nosso capitão João "Leão" Moutinho levantasse a taça perante milhares de sportinguistas... foi um momento muito lindo!




Deixo uma palavra de apreço pelo Porto, uma equipa que tem dominado o futebol nacional e que foi, sem margem para dúvidas, a melhor equipa da época e um justo campeão nacional.

Nas finais entre Sporting e Porto nunca há favoritos e tudo se decide em pormenores ou por algum momento de inspiração de algum jogador... hoje, a sorte esteve do nosso lado.

Regresso a casa

Terminada a festa e como a viagem era longa, demos corda aos sapatos e lá abandonamos o Jamor, depois de termos passado um dia inesquecível, entre amigos e, no nosso caso, com a satisfação de uma vitória.

A minha esposa costuma dizer uma coisa que se aplica bem nestes momentos e que retrata o que se passou no resto da viagem até casa:

Ao sair de casa, prontos para iniciar um passeio, diz um para o outro: "Para onde vais? Vou para a festa!!!! :)"
No regresso a casa, cansados do passeio diz novamente um para o outro: "De onde vens? Venho da festa..."

Estavamos todos cansados, mas satisfeitos pelas emoções de um dia muito bem passado, pelo que, lá fomos ouvindo o Fórum TSF na rádio, que estava a passar as intervenções de adeptos (uns mais racionais que outros...) que sentiram a necessidade de dizer o que lhes ia na alma.

Pelo meio, uma paragem na área de serviço da auto estrada, onde éramos os únicos sportinguistas no meio de portistas, com cara de poucos amigos, mas nada que os polícias que por lá andavam não mantivessem na ordem.

Acabou a festa, voltamos à "dura realidade", já que o futebol é muito bonito, mas não enche barriga (como diz a minha mãe...) e a verdade é que, no dia seguinte, há que ir trabalhar...

Resta-me apenas dizer... para o ano à mais!

Tempo de mudanças nos Lagartos Douro

Depois da inesperada derrota caseira por 1-2 frente ao Smels Laic, a qual nos deverá afastar do objectivo que tínhamos definido em alcançar o 2.º lugar da série, decidimos que era tempo de começar a preparar a próxima época.

Assim, estão em curso profundas modificações no plantel, por forma a que, na próxima época, os Lagartos possam lutar pela vitória na série e pela subida à V.ª divisão.

Em termos de dispensas, a 1.ª medida foi colocar à venda o polivalente Finlandês Tero Snell, que tanto pode actuar a médio centro como a avançado. Este jogador está no clube desde 03/05/2007, tendo actuado em 44 jogos, mas sem nunca se ter conseguído impor nos titulares.

Outro jogador que tem vindo a perder o seu lugar nos titulares é o Harold Grimaldi, médio defensivo belga com 65 jogos feitos pelo clube desde 05/04/2007. Entendemos que chegou de partir e por isso também foi colocado na lista de transferências.



Em termos de aquisições, destacam-se as compras do italiano Alessio Zanoli por 2,4M, Ala brilhante com um nível formidável de assistências, que nos vem dar o "poder de fogo" que sempre faltou no ataque pelas alas!
Destaca-se ainda o facto de ser um jogador com apenas 22 anos e já com um nível Fraco de Experiência...

A mais recente aquisição surgiu fruto de uma boa oportunidade de mercado, que nos permitiu adquirir por 0,95M o passe do veterano centro campista holandês Gert-Marijn Bloem, jogador de nível Brilhante em Criatividade, com 28 anos, mas já com 200 jogos no seu historial, o que lhe permite ter um nível Excelente de Experiência!
Este jogador tem ainda a "mais valia" de ser letal nos lances de bola parada, graças ao nível Soberbo que tem de Bolas Paradas e que já lhe permitiu marcar 71 golos na sua carreira.

Os ajustamentos o plantel não acabam por aqui, já que está prevista a aquisição, até final da época, de um Guarda Redes também de nível Brilhante, o que passará pela venda do titularissimo Orjan Lundhbom. Para além disso estamos a ponderar a venda do William Ávalos, medio centro Peruano cujo rendimento não tem correspondido ao que a Direcção do clube esperava.

Como conclusão, apenas acrescento que neste clube não há insubstituíveis e que todos devem temer pelo seu lugar!

(excepto o Presidente, é claro...)